quarta-feira, 27 de abril de 2011

Analogia, veneno e informação.


Um balde de informação na cabeça despejado de uma só vez. Uma dose letal de veneno injetada sem dó.
Comparação?
Extrema, mas sim, comparação. Um fluxo intenso que confunde, afeta e mata. Mata de curiosidade e ansiedade, gerando um ônus na linha imaginária da vida, num estilo "volte algumas casas". 
O que seria melhor, uma morte súbita ou agonizante?
O excesso de informação gera falecimento do raciocínio e da capacidade de percepção. O que está a um clique de distância encontra-se a quilômetros do prazer da descoberta. A facilidade nos impõe limites, nos torna artificiais, seres com pensamentos idênticos advindos de um site de busca qualquer. O veneno ao menos é impiedoso, destrói tudo de uma única vez. A overdose de informação é cruel, fria e calculista, nos transporta para um mundo de acessibilidade embalada, conceitos fabricados e descobertas manipuladas. E somente depois de perdermos o prazer de viver e por fim mergulharmos em tédio profundo, nos daremos conta de todo o tempo que se foi em frente a uma tela touchscreen.

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