Onde foram parar as conquistas dos jovens idealistas de tempos atrás? Parece que nada mudou em nuances positivas. A tal da censura ainda existe sigilosamente por aí. As castas sociais ainda agem de má fé diante dos menos favorecidos, expressando-se pelo poder de compra dos objetos e das pessoas. Decisões tomadas tendenciosamente para o lado mais forte, onde cada nova conquista é um tijolo do castelo de egoísmo e ostentação. E o que fazer? Como reivindicar? Parece que a época dos caras-pintadas já passou. O máximo que os jovens de hoje conseguem é reclamar, via redes sociais, do clima, de como está com fome, da preguiça de estudar, de como bebeu ontem... Não julgaria se a maioria não fizesse apenas ISSO. Eu como jovem dessa década, me incluo em alguns desses casos, afinal, é difícil não se contaminar pelo comodismo que cresce cada dia mais. E é incrível como a facilidade de achar que tudo está bem repousa tranquilamente sobre os nossos ombros. Estamos numa situação confortável. Aparentemente não temos do que reclamar. E enquanto nos perdemos nessa névoa de futilidade e inércia, os grandes idealizadores se esbaldam na ausência de atitudes e se divertem às custas dos que nada podem fazer. Afinal, como disse Cazuza, a burguesia fede. E não há perfume francês que disfarce o odor.
terça-feira, 24 de maio de 2011
domingo, 22 de maio de 2011
Saúde, descaso e abandono.
Eis que o esquecimento paira como uma espessa nuvem de fumaça, uma névoa de descaso e desinteresse. Pessoas transitando como objetos, largadas como bugigangas imprestáveis pelos corredores. Apenas por ser “qualquer um”, sem influência e nem nome importante, são enumerados e enfileirados, esperando apenas a hora certa para desfalecer. Tratamentos em série, sem sensibilidade e nem dedicação acompanhados de uma estrutura deficiente, ausência de materiais e profissionalismo. E de quem é a culpa? É possível ser apenas alguém especificamente? Não. Tudo advém de uma lista de sucessivos erros que não levam a lugar nenhum. Dos gestores, que negligenciam a atenção em saúde concomitantemente a diversos escândalos de desvio de verba e fraudes no sistema público. Dos profissionais, em sua maioria, que se aproveitam do descaso na gestão pública e se esquecem de agir com ética. Escolher a área de saúde é escolher o sacerdócio. É encontrar para o próximo uma solução para a sua dor. É confortar mais do que com medicamentos ou procedimentos, é confortar com PALAVRAS. Não visualizando CLIENTES, e sim, PACIENTES, pois saúde não é produto e nem mercadoria, é um direito de todos.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
A linha e o tempo.
Apesar do digital, eu prefiro à caneta. Na escrita se demonstra a personalidade, a letra varia de acordo com a intensidade do momento. O que eu vejo, o que eu penso. Tudo o que eu digito, um dia já foi borrão do que sinto. A tinta ao penetrar no papel funciona como uma marca talhada em madeira e as manchas como pensamentos turvos ainda sem definição. Os rabiscos são os nossos erros: mesmo passando por cima estão sempre ali, nos lembrando de algo que fizemos e, por vezes, conseguimos superar e aprender. A linha é o tempo: contínua e com destino certo, apresentando hora pra acabar. Contudo, abaixo ainda há sempre outra linha, mostrando que para o tempo sempre tem como recomeçar.
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Reciclável, Descartável, Retornável.
Os sentimentos poderiam ser descartáveis, vendidos em prateleiras de supermercados e divididos por seção: os que fazem sofrer, os que fazem chorar e os sem explicação. Depois de usados seriam descartados em um lixo com seleção, para serem reciclados e um outro ser, ainda desavisado, usá-los sem distinção.
Seria mais fácil, pois os sentimentos teriam prazo de validade e também uma recomendação por idade, tornando mais fácil amadurecer, sendo armazenados em recipientes plásticos esperando a hora de florescer. Alguns como a felicidade poderiam ser utilizados sem contra-indicação. A raiva e o ódio somente sob recomendação. O amor ainda está em estudo por seus efeitos colaterais incontroláveis. Quais? Todos os outros sentimentos de uma só vez.Ainda não se sabe a idade certa, nem o tempo determinado e enquanto nada se define, seu uso é indiscriminado.
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